Atualmente, é muito comum os pais permitirem que os filhos usem celulares, tablets e outros dispositivos eletrônicos cada vez mais cedo. Porém, o uso de eletrônicos na infância pode prejudicar o desenvolvimento da linguagem e a sociabilidade dos pequenos.
Quem faz o alerta é a neuropsicóloga Aline Diniz, do Instituto do Cérebro e Coluna de Guarulhos (ICC Guarulhos), que também chama atenção para o aumento do uso de telas durante a pandemia.
Com as aulas online, também chamadas de homeschooling, estima-se que as crianças estejam utilizando de 2 a 3 vezes mais eletrônicos do que antes da quarentena. Mesmo as crianças mais novas passaram a ficar pelo menos 3 horas por dia em frente às telas, segundo estudos feitos por especialistas indianos (fonte aqui).
De acordo com a neuropsicóloga Aline Diniz, o aumento do uso de eletrônicos pelos pequenos está ocasionando muito mais problemas de irritabilidade, insônia e sobrepeso. “Se a utilização do celular ou computador for inevitável por conta do homeschooling, é importante que a criança reveze depois esse período em frente às telas, com outras atividades que não envolvam eletrônicos”.
Para a especialista, as aulas online não devem ser justificativa para liberar totalmente o uso de eletrônicos. “Precisa haver um equilíbrio e também um estímulo às brincadeiras ao ar livre, jogos de tabuleiro ou outras brincadeiras manuais”, complementa Aline Diniz. Mau hábito antes da pandemia
Mesmo antes da pandemia do novo coronavírus, os adultos já costumavam usar os eletrônicos para distrair as crianças. Porém, poucos deles sabem que isso pode interferir no desenvolvimento dos pequenos, além de contribuir para a falta de oportunidades na aprendizagem e dificultar a interação social que é tão importante na infância.
Quando as crianças pequenas estão interagindo com as telas, elas estão perdendo a oportunidade de realizar e dominar outras habilidades fundamentais para o seu crescimento.
De acordo com uma pesquisa realizada por especialistas canadenses e americanos, os mais novos, com aproximadamente 2 anos de idade, passam cerca de 17 horas por semana em frente às telas.
O levantamento também mostrou que, antes dos 18 meses de idade, não é recomendado o uso de nenhum tipo de eletrônico. “Normalmente, os pequenos ficam muitas horas por dia na frente do tablet e da televisão”, complementa Aline Diniz.
Para a especialista, a melhor maneira de estimular e fazer com que as crianças se desenvolvam adequadamente é evitar o uso de aparelhos eletrônicos e incentivar a brincadeira. “Ao brincar, a criança estimula a parte motora e tátil, além das funções cognitivas, como a atenção, memória e linguagem, que contribuem para o desenvolvimento saudável”, finaliza a neuropsicóloga.
Fonte: Comunica – Assessoria em Comunicação